As áreas de conservação do bioma Cerrado no Plano Piloto estão em franca decadência. Desde a Fundação de Brasília essas áreas seguem atingidas por invasões de humanos sem tetos que desmatam e assim tornam a vegetação mais ralas, facilitando a entrada de plantas exóticas invasoras e ruderais.
Ao final da década de oitenta do século passado, uma perigosa invasora chegou ao cerrado DF: o capim braquiária. A presença dessa gramínea fez aumentar a massa combustível e a frequência dos incêndios no campo.
Guardadas as devidas proporções e diferenças, comparo a situação atual do cerrado do Plano Piloto ao Rio Quente, que corre no município do mesmo nome em Goiás, vizinho a Caldas Novas. Ali, no início da década de noventa passada, com acesso livre aos banhistas, as margens desse rio eram sujas e degradadas, hoje, no trecho ao que me refiro existem luxuosos e asseados clubes e rio limpo. A privatização salvou o rio Quente.
Algumas áreas urbanas de cerrado no DF têm grandes potencialidades em atividades econômicas que podem caminhar paralelamente à conservação e restauração de sua vegetação. Faltam donos, pois se continuarem sob responsabilidade da burocracia estatal, a única vegetação, em futuro próximo, será o capim braquiária. O investimento privado trará empregos a biólogos, geógrafos, engenheiros florestais, agrônomos e outros. Na certa, a privatização dos citados espaços trará benefícios econômicos, sociais e ambientais.
G. Nunes/2013: Cerrado invadido por braquiária depois de um incêndio
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