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sábado, 7 de novembro de 2015

ÁRVORE EMBLEMÁTICAS DE BRASÍLIA 12 - BOSQUE DE JENIPAPEIROS DO CANTEIRO DO BLOCO J DA SQN 115, FRONTAL AO EIXO RODOVIÁRIO

Sobre o jenipapo, fragmentos do meu livro: Flores, frutas e passarinhos: uma aventura no Cerrado.

Plantaram no Eixo Rodoviário Norte muitos jenipapeiros da variedade que produz o ano todo. Sempre encontramos frutos maduros. No quesito sabor é inferior aos plantados ou nativos situados em terrenos de mata ciliar na região do Cerrado, ou do Litoral e da Caatinga nordestina. A carga é abundante, já contei em um pé mais de quatrocentos frutos. Aproximadamente vinte por cento são de pés estéreis que chamamos de machos. Esses machos geram uma flor mais vistosa que os pés que produzem frutos. Temos a nítida impressão que os machos se acham mais bonitos e se apresentam vaidosos. Não aprecio jenipapo in natura, porém depois que soube que um médico receitou-o para fortalecer o sistema imunológico de uma paciente com câncer em tratamento quimioterápico, venho beliscando alguns frutos. Experimentava o fruto de cada pé, assim descobri dois espécimes que produzem frutos mais saborosos. Estamos consumindo-o também em forma de suco, doce e o famoso licor. O suco e o doce de jenipapo, embora não sejam intragáveis, achei-os muito inferiores aos feitos de frutas tradicionais como o doce de goiaba e o suco de manga. Já o licor é excelente. Eu fazia com açúcar, porém estou seguindo a receita de Miguel que não leva doce. Se quisermos um sabor mais adocicado preparamos com casca, se menos doce fazemos sem a casca. O preparo é simples: lavo  os jenipapos maduros em água corrente, passo-os por uma rápida fervura, depois de escorridos encho quatro quintos de um pote de vidro de boca larga e completo com cachaça de boa qualidade e após um ano de descanso é coado de preferência em um pano e está pronto para se beber. Ultimamente é a única bebida alcoólica que tenho ingerido. Estou vendendo em meu restaurante uma produção que Miguel tinha preparado antes do início do nosso relacionamento. Ele usou aguardente proveniente da região de Salinas (MG) e os custos foram altos. O preço que estou praticando muita gente reclama. Quando o freguês acha caro, eu digo em tom de brincadeira: “meu amigo! Você pode achar o preço alto, mas eu não faço esforço para vender, pois torço para sobrar tudo para que eu mesmo beba.” Miguel tomou até final do ano passado antidepressivos que tinham como efeitos colaterais a inapetência sexual e agora diz que está em forma graças ao consumo de jenipapo. Eu confirmo. Porém tenho minhas dúvidas se essa minha boa disposição para atividades amorosas é apenas devido às mulheres maravilhosas com quem estou andando. Miguel cita mais três  propriedades interessantes do versátil jenipapo: primeira: em local arejado, a fruta fica em estágio de passas naturalmente, que além de ficar mais saboroso, torna-se uma boa opção de alimentação em excursões rústicas no mato; segunda: processado com pouca água em liquidificador, o jenipapo não passa em peneira, ao que pareces suas moléculas não se descolam uma das outras; terceira: fornece tinta usada por índios para pintura corporal e que pode ter outras utilidades.
Abaixo link Google Earth com imagem do bosque homenageado:
https://goo.gl/maps/kEHRaTHP2GQ2



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