Flor do Cerrado
O sol nasceu no início da minha
caminhada pelos canteiros do Eixo Rodoviário Norte. O céu sem nuvens me deixa
animado. A boa claridade indica lindas fotografias. Avistei o conjunto de pés
de sapucaias frontal à SQN 110. As belas flores e principalmente o marrom
brilhoso das folhas novas mostram as sapucaias no auge de sua beleza.
Ao me posicionar para fotografar
uma sapucaia, notei um casal fazendo o mesmo em outra sapucaia. A beleza da
mulher me sensibilizou e me aproximei. Meu esporte predileto é olhar mulher
bonita. O rosto do homem me pareceu conhecido.
Em alguns segundos reconheci-o. É Urias. Fez mais de trinta anos a última vez
que o vi. Fomos colegas de escola por três anos seguidos. Mudou de Brasília para São Paulo aos
dezessete anos e perdi o contato. Fazia muito sucesso com as garotas. Hoje, na
meia idade, parece um galã de Hollywood. O pai era um pastor evangélico em
ascensão e tenho notícias que pertence à alta hierarquia de um poderoso grupo
religioso. Sei também que Urias migrou para os Estados Unidos ainda muito jovem.
Tenho antipatia por
evangelizadores protestantes. Sempre me abordam com as irritantes frases: “qual
sua religião”? “você acredita em Jesus Cristo como o Salvador filho de Deus”?
Eu respondo para chocar e cortar a conversa que sou umbandista e meus santos
favoritos é o Zé Pilintra e o Exu Ventania. Urias era diferente, eu admirava
seu carisma, empatia e palavras bem colocadas ao investir para conquistar adeptos
à sua igreja.
Aproximo-me do casal e tentando
não ser caricatural, imito solenemente Urias evangelizando:
- O senhor me desculpe, mas não
poderia deixar de falar-lhes, enxergo, junto ao seu corpo, uma poderosa aura. Essa
energia divina compete com o brilho e beleza das sapucaias. Harmoniosa
representação da paz e com certeza tem capacidade de curas. Nossa igreja será
privilegiada e os cultos engradecidos com sua presença.
Imediatamente procurei um cartão avulso na
minha carteira, lhe entreguei e disse:
-Meu nome é Urias e no cartão se
lê os horários dos cultos e o endereço da nossa igreja.
Tirei o boné para ver se ele me
reconhece.
Urias fala:
-Vagner Marinho, sempre zombador!
Respondo:
- Engano seu, você é meu ídolo.
Desculpe-me se não lhe agradei com meu desempenho de canastrão. Digo-lhe mais: a única igreja de
“crente” que frequentei foi a sua.
Urias replica:
- Sua fé não existia. A razão de
sua presença na igreja era a paquera de garotas.
Digo:
-Também só tinha moças bonitas!
Uma pena que a sua família mudou, meu sonho de namorador era esperar sua irmã,
na época com doze anos, completar quinze.
Urias fala:
-Após mais de trinta anos sempre
me lembro de você. Espero que enfim
reconheça que fui o mais eficiente conquistador do Colégio Leonardo da Vinci.
Falo:
-admito que você fosse o mais
enxerido.
Sorrimos e ele me apresentou a
sua acompanhante:
-Esta é a Fernanda. Também chamada de
Flor do Cerrado.
Fernanda:
-Ele continua, ainda mais,
oferecido às mulheres. E minha aura tem algum destaque?
Eu:
- três belas cores formam sua aréola: a amarela do ipê, roxa
do cega-machado e azul do jacarandá-mimoso. Olhe as flores daqueles espécimes e
confira sua aura. O amarelo representa espírito de aventura, o roxo, sublime
sensualidade e o azul, amor à liberdade.
Fernanda:
- Soou piegas. Porém, gostei
do colorido. Vamos fotografar as belas floradas com as cores da minha aura.
Fernanda se afasta procurando
posições para melhor fotografar.
Urias:
- Essa grande mangueira é
aquela de copa fechada e fácil de subir onde a gente fumava maconha? E você ainda fuma erva?
Eu sorrindo:
-Sim, é aquela que nos servia
de fumódromo. Parei de fumar maconha. Foi peraltice da adolescência.
Urias irônico:
- Acredito. Agora conheço
duas pessoas que fumaram a erva e deixaram: você e Gilberto Gil.
Eu:
-Porém, se você quiser, eu
consigo maconha de boa qualidade. Tenho comigo dois baseados. Vamos ao cerrado
da Q. 613. Tenho que fotografar umas flores e o local é discreto. Dá para ir a
pé. Mas, acho melhor irmos em meu carro.
Urias se aproximou de
Fernanda:
- meu bem! Achei a maconha.
Seguimos à CLN 413 e estacionei junto ao portão de entrada
do Parque Olhos D’água, atravessamos a L2 Norte, chegamos ao lugar; um pedaço
de cerrado queimado há um mês.. Peço que me aguardem na margem da avenida. Farei uma ronda no local como medida de segurança. Nas moitas de coco-babão, podemos encontrar acampamento de sem tetos. Hoje a barra está limpa. Aceno para que venham a mim. Quem não
conhece o Cerrado, não acreditaria que, nesse exíguo tempo pós-incêndio, surgiria
tantos brotos e flores. O Cerrado é
como fênix.
Urias fala:
-Em San Francisco eu fumo e compro maconha sossegadamente.
O Brasil adora ficar a reboque em questões de progresso. Vale lembrar que foi o
ultimo país das Américas a acabar com a escravidão. Também podemos relacionar
as políticas públicas erradas nos primórdios da informática e agora a mesma
ignorância com a maconha. Enquanto países progressistas liberam o consumo
recreativo e medicamentoso, bem como investem em pesquisas, no Brasil reina o
atraso representado pela política de repressão. Não tenho dúvidas, a liberação
da droga seria a redenção econômica da região Nordeste; lá tem potencial de
produzir maconha de excelente qualidade com pouco investimento. Até hoje sinto
saudades da variedade rabo-de-raposa, produzida na região de Cabrobó em
Pernambuco que chegava a Brasília na década de 1990.
Eu:
- Li uma entrevista com um agricultor de Salgueiro, preso
pelo crime de plantar maconha para vender. Ele disse que há três anos plantou
feijão-de-corda. Foi uma grande safra em que não colheu nem a metade; a
colheita não compensava devido aos preços baixos - dava de graça para colherem
e ninguém queria. Já com a maconha foi diferente: o traficante forneceu
sementes e financiou todas as etapas da produção e a comprava. Contemporizando
os preços: o saco de 60 kg de feijão-de- corda valia R$ 20,00 e 1 kg de maconha
ele entregava a R$ 100,00. Ele ainda disse que depois de solto iria para São
Paulo, porém, sem dúvidas, o traficante encontraria outra pessoa para plantar.
É assim também com a venda da droga ao consumidor- o traficante é preso ou
morto, imediatamente alguém o substitui. Se vive sem pai e mãe, no entanto não
se vive sem dinheiro. Com a legalização recreativa da maconha, tenho certeza, o
tráfico diminuiria mais de oitenta por cento e, por conseguinte a retração radical
dos bárbaros homicídios. Quando o viciado em maconha vai comprá-la quase sempre o traficante repassa outras drogas mais viciantes e de efeitos degradantes. A repressão do estado ao consumo de maconha está empurrando boa parte dos nossos jovens ao precipício. Considero genocídio,
execuções de devedores e de rivais bem como roubos em geral arroladas ao
tráfico uma pandemia no Brasil. As milícias formadas ou comandadas por
policiais ou ex-policiais foram fortalecidas economicamente pelo tráfico e
tomaram conta de cidades que não sejam tão pequenas em que todos se conhecem ou
tão grandes onde há dificuldade no controle. Essas milícias assassinam e roubam impunemente e
sem importunação; são infiltradas nas igrejas e nos poderes judiciário, executivo
e legislativo. Nessas cidades dominadas, afora os cidadãos poderosos, se um
morador tiver dinheiro ou joias guardadas em casa, fatalmente será assaltado
pelos bem informados milicianos. As milícias se acham donos da cidade. E de
fato são! A democracia brasileira já não existe em muitas cidades, pois o poder
efetivo é das milícias. Os outros poderes são cúmplices ou omissos por
covardia. Constrangedor, deprimente e ridículo: um comandante de um Batalhão da
PM, de uma dessas cidades dominadas por milícias, postou um vídeo defendendo e
justificando uma chacina onde foram mortos cinco jovens por subordinados em que
era obvio uma queima de arquivo.
Forneci a maconha e a seda a
Urias. Ele deve conservar o admirável talento de enrolar cigarros: preparava a
seda e botava dependurada na boca, esfarelava a pedra na mão esquerda e em
movimentos rápidos enrolava o baseado e o colava com saliva. Mesmo sem pilar o
baseado ficava em formato perfeito, boa carburação, nunca subia jacaré e nem
abria.
Digo:
- faça o baseado com a toda maconha.
É para três e eu sou cabeção.
Peguei uma enxada que escondo em uma moita de
coco-babão e comecei a capinar braquiária. Essa área tem grande produção de
flores porque ainda sobrevivem algumas espécies de gramíneas nativas que
dificultam a total colonização do terreno pelo braquiária. Existem dezenas de fitofisionomias clímax no
bioma Cerrado e quero formar mais uma. O capim braquiária é o carrasco do cerrado. O
fogo é benéfico ao Cerrado em área sem infestação do braquiária, com a maldita
invasora o incêndio é potencializado e se repetido raleia o local de espécies e
espécimes. A prioridade das autoridades em evitar incêndios no Cerrado é um
erro obvio. Nunca se impedirá um incêndio em área de cerrado por longo tempo.
Quanto mais tempo durar uma área sem incêndio mais destruidor será quando
acontecer uma ocorrência. O fogo e o cerrado convivem em regime de mutualismo. As
bases à existência de vegetação rica em espécies endêmicas do cerrado são duas,
sobretudo: a ocorrência de incêndios em intervalos normais e a alta acidez do
solo. O fogo molda e conserva as fitofisionomias do Bioma Cerrado em estágio
clímax. As matas ciliares da região do Cerrado são formadas em solos eutróficos;
por isso, nessas matas, inexistem espécies endêmicas características do Cerrado.
Nas formações clímax florestais do bioma os incêndios são raros e de pouco
alcance. O cerradão é uma fitofisionomia
em que as espécies endêmicas do bioma estão em decadência, e, que as espécies
comuns á Mata Atlântica e à Amazônia estão a invadir a área. Tudo indica que
naturalmente, em escala de tempo geológico, a vegetação endêmica do Bioma
Cerrado está em extinção. Grandes distúrbios tal fogo demais, fogo de menos,
desmatamento e formação de voçorocas fazem cerrado stricto sensu perder a
condição clímax e nunca mais retornar ao status original. Uma voçoroca, em
estágio de estabilização, aberta ao meio de um cerrado stricto sensu é logo
colonizada por espécies não endêmica do bioma.
Urias:
- O baseado está pronto.
Eu:
- vamos fumar na sombra
daquela cagaiteira. E, por favor, quem estiver fumando não fale: o conversador
atrapalha o bom andamento da roda.
cagaiteira |
Terminado o baseado pedi-lhes
que me acompanhassem até um pé de erva-cidreira-do-campo.
Eu:
-Vamos fotografar a beleza
deste espécime
folha seca da erva-cidreira-do-campo |
Pego um molho de flores, mastigo uma parte e com resto esfrego nas mãos e no rosto. Peço para o casal fazer o mesmo, no intuito de diminuir o odor da maconha.
Procuro folhas secas da
erva-cidreira-do-campo no chão; de tão bonitas parecem joias. Encontro duas;
uma pequena e outra maior e entrego a Fernanda. Ela fica encantada.
Comemos duas espécies nativas
de frutas da época: murici-rasteiro e araçá-do-campo. O casal aprovou os
sabores, especialmente o do araçá.
Convido-os ao comércio da CLN
413 para tomar água de coco e sorvete. Já é 10:00h e o calor aumenta.
Chegamos ao portão do portão
de entrada do Parque Olhos D’água onde tem um ponto de água de coco e falo:
-Peçam a água enquanto pego
minha carteira no carro.
Quando estou voltando vi um
homem, armado com uma pistola, aos gritos:
- Saia da frente desse patife,
piranha! Não lhe mato por nossos filhos. Não os quero com a mãe morta e o pai
na cadeia. Mas, esse traidor vai morrer agora.
-Não faça isso David. Gritou
Fernanda.
Por instinto, aproximo-me
rapidamente do agressor e dou um murro na sua cabeça. O golpe foi falho e ele
se volta para mim e atira. Senti que fui atingido no braço e corro em
zigue-zague para o comércio. Olho para
trás e noto Urias correndo ao portão do parque e o marido de Fernanda o
procurando. Até onde vejo, ele não acertou Urias. Tenho sensação de desmaio e
peço a Fernanda, que se aproximou de mim que me leve ao Setor Hospitalar Norte,
onde existem hospitais que atendem pelo meu convênio de saúde. Nem por isso
perdi o bom humor e exclamei:
- Um romance em que Urias rouba a mulher de David nunca poderia dá certo!
Fernanda sorri.
O médico indica cirurgia e me encaminha ao
centro cirúrgico. Fernanda me acompanha. Operam com anestesia Geral. Quando
acordo da anestesia, Fernanda ainda me acompanha. Peço notícias de Urias.
Fernanda diz que ele escapou ileso. E, que o pai dele, Pastor Elias, está
aguardando autorização médica para visitar-me antes do meu depoimento à
polícia.
O Pastor entra e Fernanda sai.
Após palavras de conforto ele propõe que eu assuma a versão de um mal entendido
entre eu e David, descartando o envolvimento de Urias e Fernanda. E, que eu
serei bem gratificado monetariamente. Penso: estou falido e acho que vou
aceitar a proposta. Se fosse eu ainda jovem e inexperiente, para justificar a
minha falta de caráter, contaria a verdade sobre minha situação financeira.
Porém vou negociar para conseguir o maior valor possível e falo:
-De um ato heroico que
pratiquei em que provavelmente salvei a vida do seu filho, tive um ferimento
grave e passar a ser criminoso é uma situação complicada. Porém todo homem tem
seu preço. Qual o valor?
De pronto ele me faz uma
proposta irrecusável e no mesmo momento telefona ao seu banco e autoriza a
transferência à minha conta corrente.
À polícia contei que foi uma
briga de trânsito. Tal como combinado com o pai de Urias.
Meus pais chegam logo depois
da polícia. Apresento a Fernanda como a pessoa que me socorreu. Fernanda diz
que precisa ir embora, anota meu telefone e que acompanhará meu caso.
Fiquei em casa de repouso por
uma semana. No oitavo dia depois do incidente Flor do Cerrado me telefona.
Pergunto de qual flor do cerrado se ela quer ser chamada e sugiro: caliandra ou
lírio-do-campo? Marcamos um encontro. Também me enviou uma foto montagem: ela
nua, de costas, com uma aréola das flores que fotografou no maldito dia.
Respondi: muito linda!!!
caliandra |
lírio-do-campo |
lírio-do-campo |
Como o assinalado, está ela a
minha espera. Primeiramente me informa que Urias foi para os Estados Unidos,
David foi para São Paulo levando os dois filhos e não teve ainda contato com
nenhum dos dois. Que esteve ontem no Jardim de Alessandra com dois amigos para
“falar com seu João”.
E me pergunta quem é
Alessandra. Digo-lhe que dei o nome ao jardim em homenagem à minha falecida
esposa. Conto-lhe que perdi Alessandra em acidente de carro em que atropelei um
cavalo em uma noite chuvosa e o animal caiu no para-brisa, matando-a. Tive apenas ferimentos leves.
Só não me matei na hora devido ao nosso filho. Eu não queria viajar, pois sabia
dos perigos da estrada em uma noite dessas. Ela insistia porque queria ver
filho que ficara com os avós maternos. Nunca me perdoei por não ter sido mais
enérgico e não viajar.
Flor do
Cerrado me mostra uma fotografia que bateu ontem e diz:
- quero que me chame pelo nome
desta flor.
Identifico a flor e lhe falo:
- É uma espécie, nativa do
Cerrado, miniatura do jacarandá-mimoso, representante azul da sua aura. O
jacarandá-mimoso é também chamado de caroba e a espécie da fotografia é
conhecida como carobinha.
Ela:
-Estou batizada.
carobinha |
Bebo uma cerveja ela um suco. Convido-a para um encontro com “seu joão”. Entramos no meu carro. Peço para ela assumir o volante e acendo o baseado. Enquanto fumamos a maconha pergunto se ela quer almoçar e qual restaurante. Ela aceita e diz para eu escolher um lugar discreto. Sugiro um motel e ela sorri.
Ao entrar no quarto começamos
o agarra e amassos. Partimos ao coito. A certo momento lhe digo que estou quase
ejaculando e sugiro que eu deixe a penetração na vagina e encoste o pênis no
seu ânus. Quero masturbá-la. Para mim o homem ejacular antes do orgasmo da
mulher é um erro fatal. É o famoso "mela buceta". Peço para
penetrar a cabeça do pênis em seu ânus, ela me fala:
- eu não queria dá cu, mas
como já está nas beiradas pode enfiar. Porém lembre-se: pica tem cabeça, mas
não tem ombros. Sua pica é muito grande e eu não quero se arrombada. Espero que
você controle a penetração porque eu com a volúpia que estou, me transformo numa
tarada inconsequente.
Respondo:
- Acho melhor usar a técnica
da rodilha de pano ao redor do pênis para fazer a função dos ombros. Não sou
sádico. Assim vamos garantir uma foda sem machucados.
Faço uma rodilha com uma
toalha, o que assegura uma penetração rasa.
Ela com a voz luxuriosa:
- meu amor! A solução é genial.
Aos quinze dias depois do tiro,
o ferimento já não atrapalhava mais. Pedi férias no trabalho para ficar com
Carobinha. Onde tinha turismo ecológico com hospedagem confortável ao redor de
Brasília, nós frequentamos. Duraram uns vinte dias nossa lua de mel.
Ela é uma excelente cantora.
Toca e compõe ao violão. Quando ela conheceu o marido era uma grande promessa da
música gospel. Teve dois filhos, com diferença de menos de um ano entre os rebentos. Teve que parar a carreira, pensando que recomeçaria quando os filhos
crescessem um pouco. Porém o marido não aceitava sua volta à vida
artística. E o amor que sentia por David
transformou-se em ressentimento.
Quando ela desceu do taxi para
entrar no meu carro senti que algo diferente estava acontecendo.
Ela foi logo dizendo:
- Estou sentido muita falta
dos meus filhos. David me telefonou afirmando que me perdoa, que vai aceitar e
até me ajudar à minha carreira musical. Sentirei saudades suas. Voltarei para
minha casa ainda hoje.
Fotos: Geraldo Nunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário