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sexta-feira, 31 de julho de 2015

CERRADO DO DF: PLANO PILOTO

As áreas de conservação do bioma Cerrado no Plano Piloto estão em franca decadência. Desde a Fundação de Brasília essas áreas seguem atingidas por invasões de humanos sem tetos que desmatam e assim tornam a vegetação mais ralas, facilitando a entrada de plantas exóticas invasoras e ruderais.
Ao final da década de oitenta do século passado, uma perigosa invasora chegou ao cerrado DF: o capim braquiária. A presença dessa gramínea fez aumentar a massa combustível e a frequência dos incêndios no campo.
Guardadas as devidas proporções e diferenças, comparo a situação atual do cerrado do Plano Piloto ao Rio Quente, que corre no município do mesmo nome em Goiás, vizinho a Caldas Novas. Ali,  no início da década  de noventa passada, com acesso livre aos banhistas, as margens desse rio eram sujas e degradadas, hoje, no trecho ao que me refiro existem luxuosos e asseados clubes e rio limpo. A privatização salvou o rio Quente.
Algumas áreas urbanas de cerrado no DF têm grandes potencialidades em atividades econômicas que podem caminhar paralelamente à conservação e restauração de sua vegetação. Faltam donos, pois se continuarem sob responsabilidade da burocracia estatal, a única vegetação, em futuro próximo, será o capim braquiária. O investimento privado trará empregos a biólogos, geógrafos, engenheiros florestais, agrônomos e outros. Na certa, a privatização dos citados espaços trará benefícios econômicos, sociais e ambientais.
  

                               G. Nunes/2013:  Cerrado invadido por braquiária depois de um incêndio


                                G. Nunes/2013:   A mesma área antes do incêndio



sexta-feira, 24 de julho de 2015

ARTESANATO: SEMPRE-VIVAS E OUTRAS


Logo após o golpe militar de 1964, Brasília esteve numa crise profunda. A construção civil  que era a maior empregadora parou, obrigando a população tentar outro meio de vida. 
Quando surgia um boato que em certo local fora encontrado cristal de rocha, afluíam milhares de homens. Ainda adolescente visitei   uma dessas aglomerações para ajudar  um vizinho na venda de pão e cachaça. Fiquei entusiasmado, só não voltei no outro dia com picareta e pá. porque minha família impediu. O sonho de encontrar cristais era tão contaminante que no cerrado ao redor do Gama observava-se centenas de cisternas de até 10 m de fundura; trabalho inútil, pois não houve  notícias de nenhuma pedra achada. Todos caíram no que os garimpeiros chamam de blefe.
Nessa época observei vizinhos trabalhando na coleta de flores, folhas e frutos do cerrado usados em artesanato e fitoterapia e os segui. Ganhava pouco dinheiro, mas tinha comprador certo. As aventuras, concomitantemente ao trabalho, eram gratificantes e adquiri o bom costume de andar no cerrado.  As principais espécies coletadas eram as sempre-vivas, folha-moeda, articum-da-mata, arnica e erva-cidreira-do-campo.
Comparando hoje e aquela época, constato que esses coletores deixaram raras, espécies que eram abundantes no cerrado do DF.






folha-moeda



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foto natural

terça-feira, 21 de julho de 2015

ERVA-CIDREIRA-DO-CAMPO (Lippia lacunosa)

A erva-cidreira-do-campo é um arbusto perene, pioneiro, de até 4 m de altura e ocorre principalmente nas formações de cerrado campo sujo e rupestre. No DF não é raro, porém o número de indivíduos não pode ser considerado abundante. Mas, tal como acontece com outras pioneiras do Cerrado, deduzo que a erva-cidreira-do-campo pode se apresentar em algum lugar grande quantidade de espécimes. Suas flores e sementes possuem, com características mais suaves, o mesmo cheiro e sabor das folhas de sua famosa prima erva-cidreira (Lippia alba). A beleza do seu porte e da suas flores nos faz crer que será rainha em qualquer jardim. O chá de suas flores e sementes, além de saboroso, é usado como remédio para diversos males do pulmão. Sua folha, sem exageros, é a mais bonita do Brasil, As folhas secas são (fotos 1, 2 e 3) mais vistosas que as verdes, têm estrutura fortes e ao relento duram anos sem deformações; são ideais para o artesanato. Tenho receio que descoberto o seu rico potencial, coletores mal educados, assim como fizeram com a folha-moeda (Chamaecrista orbiculata), a deixarão em risco de extinção. Ao menos tenho certeza que a erva-cidreira-do-campo é cultivável e assim os indivíduos nascidos naturalmente terão mais chance de serem poupados.


Fotos: Geraldo Nunes em 20/07/2015






















sexta-feira, 17 de julho de 2015

IPÊS-ROXOS DA ASA NORTE


Fotos do prédio onde moro feitas em 11/07/2015.















segunda-feira, 13 de julho de 2015

AVES DO DF - TOP FIVE

Os critérios usados à escolha, foram a beleza da plumagem e da vocalização.

5º - sabiá-laranjeira;
4º - bico-de-agulha;
3º -  pássaro-preto;
2ª - soldadinho;
1º - sangue-de-boi








terça-feira, 7 de julho de 2015

JENIPAPO

RETIRADO DO MEU LIVRO FLORES, FRUTAS,,,


Plantaram no Eixo Rodoviário Norte muitos jenipapeiros da variedade que produz o ano todo. Sempre encontramos frutos maduros. No quesito sabor é inferior aos plantados ou nativos situados em terrenos de mata ciliar na região do Cerrado, ou do Litoral e da Caatinga nordestina. A carga é abundante, já contei em um pé mais de quatrocentos frutos. Mais de vinte por cento são de pés estéreis que chamamos de machos. Esses machos geram uma flor mais vistosa que os pés que produzem frutos. Temos a nítida impressão que os machos se acham mais bonitos e se apresentam vaidosos. Não aprecio jenipapo in natura, porém depois que soube que um médico receitou-o para fortalecer o sistema imunológico de uma paciente com câncer em tratamento quimioterápico, venho beliscando alguns frutos. Experimentava o fruto de cada pé, assim descobri dois espécimes que produzem frutos mais saborosos. Estamos consumindo-o também em forma de suco, doce e o famoso licor. O suco e o doce de jenipapo, embora não sejam intragáveis, achei-os muito inferiores aos feitos de frutas tradicionais como o doce de goiaba e o suco de manga. Já o licor é excelente. Eu fazia com açúcar, porém estou seguindo a receita de Miguel que não leva doce. Se quisermos um sabor mais adocicado preparamos com casca, se menos doce fazemos sem a casca. O preparo é simples: lavo  os jenipapos maduros em água corrente, passo-os por uma rápida fervura, depois de escorridos encho quatro quintos de um pote de vidro de boca larga e completo com cachaça de boa qualidade e após um ano de descanso é coado de preferência em um pano e está pronto para se beber. Ultimamente é a única bebida alcoólica que tenho ingerido. Estou vendendo em meu restaurante uma produção que Miguel tinha preparado antes do início do nosso relacionamento. Ele usou aguardente proveniente da região de Salinas (MG) e os custos foram altos. O preço que estou praticando muita gente reclama. Quando o freguês acha caro, eu digo em tom de brincadeira: “meu amigo! Você pode achar o preço alto, mas eu não faço esforço para vender, pois torço para sobrar tudo para que eu mesmo beba.” Miguel tomou até final do ano passado antidepressivos que tinham como efeitos colaterais a inapetência sexual e agora diz que está em forma graças ao consumo de jenipapo. Eu confirmo. Porém tenho minhas dúvidas se essa minha boa disposição para atividades amorosas é apenas devido às mulheres maravilhosas com quem estou andando. Miguel cita mais três  propriedades interessantes do versátil jenipapo: primeira: em local arejado, a fruta fica em estágio de passas naturalmente, que além de ficar mais saboroso, torna-se uma boa opção de alimentação em excursões rústicas no mato; segunda: processado com pouca água em liquidificador, o jenipapo não passa em peneira, ao que pareces suas moléculas não se descolam uma das outras; terceira: fornece tinta usada por índios para pintura corporal e que pode ter outras utilidades. 

sábado, 4 de julho de 2015

FRUTOS DO CERRADO EM TEMPO REAL POST 2 - SANGUE-DE-CRISTO

Pequeno arbusto de até 50 cm altura, produz pequenos(4 mm), vistosos e saborosos frutos de variedade rosa, vermelhos e roxo. O nome comum é inspirado pelo seu suco vermelho. Uma desvantagem apresentada é a dificuldade de colheita em grandes quantidade pois os frutos são pequenos. Para coletar 1 kg de sangue-de-cristo é uma tarefa relativamente difícil. Acho interessante o caráter lúdico da colheita dessa fruta; crianças adoram apanhá-la e ficam com boas lembranças para o resto da vida.
Muito comum em áreas de Cerrado conservado. Com  degradação desaparece. Resistente ao fogo. No ano seguinte ao incêndio que consumiu toda parte externa o sangue-de-cristo rebrota e produz frutos.
No Plano Piloto, em Brasília, ainda o encontramos em área de cerrado próxima ao Centro Olímpico da Unb.


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https://www.flickr.com/photos/mercadanteweb/8929777127/in/album-72157624161376634/

sexta-feira, 3 de julho de 2015

FRUTOS DO CERRADO EM TEMPO REAL 1- MURICI-RASTEIRO (Byrsonima basiloba)

O murici-rasteiro tem a mais longa safra das frutas endêmicas do Cerrado. Em maio já se coleta frutos maduros e a colheita vai até novembro. Maduro perde a forte adstringência e se torna saboroso, Verde é intragável. Além de ser consumido in natura é também utilizado  para fabricação de licores, doces e sucos.
Do gênero Byrsonima ocorre dezenas de espécies no Cerrado, mas o basiloba produz o melhor fruto.
Lugares acessíveis para colher agora em Brasília: Parque Olhos d'água e Arboreto da UnB na 613/614 norte..


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quinta-feira, 2 de julho de 2015

IPÊ-DE-JARDIM (CAJADO-DE-SÃO JOSÉ)

O ipê-de-jardim (Tecoma stans)  é uma árvore admirável. Além de apresentar belas flores o ano todo, é um vegetal apropriado para plantar próxima a construções, por ter pequeno porte (3 a 6 m de altura) não apresenta riscos às quedas de galhos ou inteira; bem como sua folhagem é perene, indicativo de pouca sujeira causada por folhas. Em certo estágio, os botões de flores podem ser usado para relaxamento, ao serem estourados provocam um suave som, por exemplo: batendo um botão na testa. Muitos a consideram uma espécie invasora por ter sementes de grande poder germinativo, porém é de fácil eliminação.