O angico é uma árvore presente nos principais biomas brasileiros. Madeira de lei e de larga utilização medicinal. Na Caatinga o angico produz, mais que no Cerrado, resina doce muita apreciada pela população humana e animais. Com sua casca seca se prepara brasa rápida e de boa qualidade para assar carne e que sua fumaça tem fama curativa. Muito plantado no Plano Piloto e também é comum nas chamadas matas do Cerrado em estado nativo. Pioneira prolífera e resistente. Mesmo muito derrubado para diversos usos é abundante nos lugares em que a espécie é nativa.
Um tio meu que explorou o angico retirando cascas empregadas em cortumes na década de 1930, na Caatinga, construiu uma metáfora sobre a generosidade humana em comparação com a árvore: quando cortado a casca do angico próximo ao solo e conseguiam sem muito esforço retirar o produto inteiro do fuste, gritavam: esse é bom! Quando encontravam angicos que as cascas só saíam em pequenos pedaços, eles desistiam da coleta e bradavam: esse é ruim!Moral: os bons são descascados e morrem, os ruins sobrevivem.
Abaixo uma estrofe de "pé quadrado"¹: uma homenagem ao angico:
Paraíba é terra boa
Gosto muito de dançar
Traíra só tem no mar
Lugar grande é João Pessoa
Espiga de mi zarôia
Chuvada de tempo ruim
Angico é pau de saguim
Cabra velha não dá cria
Será possível que um dia
Tu não se lembre de mim
¹ Modalidade de poesia repentista em que não há coesão no texto, apenas rima, bom humor e irreverência.
Foto Geraldo Nunes, 10/2016, angicos homenageados |
Foto Geraldo Nunes, 10/2016, angicos homenageados |
Foto Geraldo Nunes, 10/2016, angicos homenageados |
Foto Geraldo Nunes, 09/2016, angicos homenageados floridos |
Foto Geraldo Nunes, 09/2016, angicos homenageados floridos |
Foto Geraldo Nunes, 10/2016, angico nativo, parque Olhos D'água |