Sua branca florada é densa e bela. Ao meu gosto:
a mais saborosa fruta do cerrado. É uma pena ter uma safra tão rápida. O pico
da safra ocorre em dezembro. Indivíduos rebrotados após incêndios de agosto/setembro têm floradas em dezembro e frutos em março. Observo no Cerrado três espécies e dezenas de genótipos do gênero Campomanesia de hábito arbustivo.
A pitanga-do-campo é comestível, mas não a incluo entre as mais saborosas do
cerrado. O que encanta nela é o brilho da fruta e a harmonia do conjunto. Sem
frutos ou flores é um pequeno arbusto que passa despercebido; com frutos maduros, parece uma joia cravejada de rubis. Sua florada branca é também muito chamativa.
Nativa do Cerrado a gomeira é uma espécie emergente. Segundo conhecimento popular, locais de grande população de gomeiras é um indicativo de terras fracas à agricultura. Alcança até 15 m de altura nas fitofisionomias stricto sensu e campo sujo. No cerradão, onde as terras contém mais nutrientes, outras espécies nativas crescem mais que no cerrado stricto sensu, porém, muitas vezes, encontramos a gomeira em hábito de arbusto.
O poder público e particulares plantaram, ao milhares, mudas de jamelão no DF enxergando apenas suas boas qualidades. A planta produz boa sombra e frutos deliciosos, é rústica e tem crescimento rápido. Porém, a sujeira causada pelos seu frutos caídos, demonstrou que o jamelão foi cultivado em locais inadequados: perto de moradias os frutos caídos deixam as calçadas sujas e odor azedo, nos estacionamentos geram manchas irremovíveis nas pinturas do carros, deixam o asfalto escorregadio o e ao meio ambiente se apresentam como uma agressiva invasora.
Ainda bem que na maioria dos estacionamentos o jamelão foi extirpado. Mas, ainda persiste em alguns, tal o exemplo do estacionamento da Feira do Guará.
No DF, afora a leucena, o jamelão é a maior invasora exótica de porte arbóreo, principalmente ás mata ciliares.
Em uma área de mata ciliar inundável às margens do rio Ponte Alta invadida pelo jamelão. venho presenciando por quatro anos seguidos uma enorme quantidade de lagartas-de-fogo hospedada exclusivamente nessa planta. A lagarta é muito tóxica e se um pescador bêbado adormecer encostado nelas ou em suas fezes pode levar a morte do infeliz. Outra característica admirável da lagarta é a sua resistência ao fogo, exposta a uma temperatura em que afetaria gravemente a pele humana, ela sobrevive sem muitas sequelas.
Agora, em 19/11/2016 avistei nas fezes da lagarta citada, colônias de lindos cogumelos de cor amarelo-ouro. Jamais tinha observado essa espécie de cogumelos. Por falta de luminosidade as fotos não ficaram boas, porém irei novamente no local em dia ensolarado para tentar fotos mais nítidas.
O alecrim-do-campo está em alta.Tradicionalmente, sempre foi utilizado como remédio, tempero e vassoura rústica descartável, agora ganhou prestigio na produção de própolis verde. Esse produto apícula se mostrou eficiente ao fortalecimento do sistema imunológico. Com o mercado de própolis verde em crescimento animador, o alecrim-do-campo, considerado, principalmente, uma prejudicial planta invasora de pastos, passa a ser interessante o seu cultivo. No Cerrado primário, o alecrim-do-campo, um arbusto perene de até 3 m de altura, ocorre com mais frequência nas zonas de transição do cerrado campo limpo com matas ciliares e tem número de indivíduos modesto, no entanto em áreas de pastos um pouco mais úmidas ele vira praga. Assim como a lobeira nos terrenos mais secos, o alecrim-do-campo rebrota com facilidade e até mais viçoso depois de um incêndio em pastos de capins. Já tinha grande admiração em vê-lo competir com o braquiária em invasões de áreas de Cerrado desse maldito capim; após a descoberta, o meu amor aumentou. Melhor uma invasão do alecrim-do-campo que de capins.
O link abaixo mostra fechado bosque de alecrim-do-campo situado à direita da rodovia que liga o Eixão ao aeroporto, em local mais ou menos 200 m antes do balão do aeroporto, é um bom exemplo de área invadida pelo alecrim-do-campo
Também chamada chuva-de-ouro e canafístula. Incomum em Brasília. No Plano Piloto é mais vista em áreas internas das quadras. Suponho que sejam plantadas apenas por particulares.
O jequitibá-vermelho foi plantados mais recentemente na arborização de Brasília. Sendo assim não encontramos exemplares de grande altura, característica marcante da espécie, porém já encanta observadores com a beleza de sua copa e de sua florada. O jequitibá-vermelho e outras espécies do gênero Cariniana também são denominadas cachimbeiras, por terem o fruto na forma de cachimbo. Há muitos jequitibás-vermelhos maiores que estes no canteiro do ERN altura da SQN 105 e entre a SQN 202 até a 209.